Dikengyao

Quando se pensa num modo de vida sofisticado, habitação troglodita poderá não ser um dos conceitos que nos atravessa primeiramente a mente. Se, contudo, enquadrarmos de forma diferente esta forma de habitar - moradia de 4 frentes com pátio-jardim de 150m2, 8 assoalhadas e parque de estacionamento exterior incluído - poder-se-ão reconsiderar ideias anteriormente definidas. Não longe de Xian, cidade chinesa, dezenas de aldeias ainda preservam esta maneira de habitar. As “dikengyao” – casas subterrâneas – foram realizadas através de uma técnica construtiva rara na civilização, que faz uso da extracção de matéria, em vez de sobreposição. A semelhança destas aldeias com uma hipotética obra de "Land Art" radical, fez com que se tornassem um dos protagonistas da exposição "Arquitectura sem Arquitectos" de 1964 no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Rudofsky, o curador, teve conhecimento destas aldeias vernaculares através do espólio de fotografia aérea do piloto alemão Wulf-Diether zu Castell, que trabalhou na China durante a década de 1930. Este projecto fotográfico tem como intenção revelar um pouco mais deste modo de vida e morfologia urbana únicos, que se encontram em risco de desaparecimento.

2017-2020